segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ainda sobre o flash interview

Tinha isto em atraso, a propósito da "bronca" do jesus, mais o tipo da tvi.

Jesus é insuportável, mal educado e vive numa redoma asquerosa pseudo-anti-mediática. Numa sociedade de informação como é suposto a nossa ser, num campeonato inserido nessa sociedade como é suposto este ser, não deveria haver espaços obrigatórios para isto e para aquilo. Pura e simplesmente tem sentido o treinador do benfica falar para a imprensa (a imprensa, não a benfica tv), porque treina o benfica e isso a carreta responsabilidades (principalmente perante os próprios adeptos).

Dito isto, admito que o jornalista se excedeu. E dou-lhe como ponto claro de justificação para aquele abuso o factor oportunidade. Ora se um clube e respectivo treinador se colocam num ponto de superioridade em relação a todos os outros, ponto esse onde não têm de responder a nada, não consigo ter pena do Jesus nem demolir um jornalista que vê ali uma oportunidade de perguntar ao Jesus algo que fuja ao critério da bênfiiica tv (grande mister, o benfas é fantástico ou fabuloso?).

Ora um jornalista não é um amigo. É um bacano com um trabalho que envolve interesses. Quer a frase, a informação, o que for para completar o seu trabalho. E faz perguntas que lhe permitam isso, sejam elas chatas ou incómodas. Um bom jornalista, então, só pode ser um tipo chato, a roçar, se não a assumir-se, um filho da mãe. Não uma bicha de subserviência, como o benfica exige a tudo quanto em Portugal deseje liberdade de expressão (vícios do tempo de Salazar, certamente; coisa difícil de curar no clube do regime).

No fundo o jornalista também fez merda, embora eu consiga perceber porque é que o fez . E o Jesus é um pulha sem vergonha que não merece nada (estou desejosos que te enterres aí no benfas. Lagartão que sejas, podes ir à bancada, mas até tremo de imaginar se algum aborto em Alvalade algum dia se lembra de te pôr no nosso banco). E que, claro, as birras do benfica (quando toda a gente já teve queixas em flashes) são as típicas. Sabem o que parecem? Aqueles black-outs taberneiros, porque violentos, a que o porto nos habituou nos anos 90.

Mas o pior mesmo é aquela merda do flash interview. O espectáculo é vouyerista (nós não queremos saber o que se passou, queremos confirmar coisas, se o pal serge fez merda, o que diz sobre isso; se o jasus dá calinadas, como se quer; se o villas boas é um proto-mourinho, que gesto imitará agora, etc) e tem tendência para provocar bronca (se o jogo correu mal e o jogador está todo rebentado…). E de onde vem isto? Da publicidade, claro. E aí já acho atentado toda a gente ser subserviente àquilo. O jornalista a fazer o seu trabalho por ali, os entrevistados darem entrevistas para não levarem multas, enfim, a bacorada de sempre. Análises sérias? Adoramos, mas duram sempre 3 horas e metem bereiro ao barulho. Faltava-nos um programa simples, com entrevistas aos jogadores, com boa montagem, como aquele que se vê na sportv sobre a premier league. O problema é que isso implicava um campeonato competitivo, com bons jogadores (e não camionetas sul-americanas), estádios cheios e bom futebol. Enfim, implicava outro país.

[ver vídeo da bronca]

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