segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tanta merda para isto.

Estou, JEB?
-Fala o próprio.
Mékié, já temos mister?
-Já, sim senhor.
E então, quem é?
-É o Carvalhal.
Eh eh, yah, ok, agora a sério, é quem?
-É o Carvalhal.
O Carlos Carvalhal!? Então mas não vinha um estrangeiro, não era agora que ia haver investimento?
-É sim, e já estamos a poupar 33 mil euros/mês com o contrato do Carvalhal. Já dá para pagar um ordenado a um defesa esquerdo de nível médio!
Ena, JEB, ena.

Há uma expressão francesa que nos diz tudo sobre isto: boff. Porque não aquece nem arrefece. E esta decisão não nos dá fôlego, nem nos dá margem de manobra. Sejamos honestos, neste momento é normal que um treinador tenha medo de ir para Alvalade. Tem lá todas as pressões de um grande do futebol, sem se aplicarem recursos para competir ao mais alto nível. Estamos em polvorosa. A agitação aproxima-se do pânico e não vemos solução à vista. PB fez um bom trabalho e saiu porque o ciclo dele tinha chegado ao fim. Agradece-se o trabalho do jovem treinador, mas a verdade é que PB não era a solução. Aceitava-se a saída. Depois da moda villas-boas (alguém quer, porto rouba, já estamos habituados), decidi ignorar cajudas que apontavam a Alvalade (os habituais treinadores do campeonato tuga, que gostam de porrada e de defender e de brasileiros rápidos). Falou-se em estrangeiros e eu pensei: é a melhor opção, desde que tivesse algum nome. Um estrangeiro, por cá, tem sempre uma margem de manobra maior. E seria também sinal de que o Sporting ia investir. Mas vem o Carvalhal e um gajo só consegue pensar, Ah, ok…

Carvalhal teve recentemente experiências (olhó plural) falhadas. E teve um ano fabuloso com um setúbal que devia ter o pior (e o mais barato) plantel da última década da primeira divisão nacional. Bottom line, tem alguma experiência, é da tal nova geração, que é como quem diz, teve formação (o que inclui saber ler e escrever a um nível médio), tem conhecimentos de futebol, parece ser capaz de uma boa prospecção de mercado mas, lá está, nunca esteve num grande. E é português. O Sporting está num momento difícil e o jogo com a horda de matarruanos vermelhos está aí à porta. Ganhar ao benfas é ter fôlego e margem de erro e motivação para recuperar. Perder é um bico de obra bem fodido que se imagina para o futuro. Carvalhal (rezemos para que se safe) vem com a puta de um contrato de meia época (esta que está a ir com os porcos) e mais uma de opção. Que é como quem diz, esta merda já está mal o melhor é precavermo-nos caso seja necessário dispensar este tipo no final do ano. Ou seja, nem o JEB parece ter certeza da sua opção. A juntar a tudo isto, recordo, é um técnico tuga. E agora que estamos à beira da depressão, basta o homem não ganhar dois jogos seguidos antes de Janeiro e já vai ter a corda na garganta. E bem apertada. Ou seja, resolvemos o problema do treinador, escolhendo um que nos dá tudo menos confiança. Vamos ter de esperar para ver. E essa merda é boff.

[Esta contratação faz lembrar um daqueles filmes em que estamos curiosos por saber o final. Depois o final chega, é um perfeito anti-climax e pensamos, ah então foi tanto alvoroço pr'a isto. Caros Sportinguistas, os nossos dias de dúvidas continuam até ao final de Novembro. Depois, bem, logo se vê. Resta ver se o JEB se safa disto ou se é o presidente com o mandato mais curto e violento de que há memória]

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