ESTE Porto.

Quem queria ver a puta de um jogo de futebol de emoções à flor da pele, grandes golos, futebol bem jogado, e boa arbitragem (toda a arbitragem é boa quando não falha em casos difíceis e não interfere, por culpa própria, no resultado do jogo), tinha visto o porto-braga sábado à noite, um jogo que muito lampião tolo que anda por aí dizia estar combinado.

Nada mais errado. Vimos ali, pura e simplesmente, as duas melhores equipas de Portugal jogar um grande jogo de futebol, ambas para ganhar. Jogos que valem a pena um gajo pagar o bilhete e estar sentado, semana sim semana não, no lugar cativo do seu estádio (um luxo que não tenho – uma vez que estou radicado na capital). No final do dia, e das contas, o que temos não são equipas prejudicadas por arbitragens que deviam estar mais à frente ou mais atrás, jogadas de bastidores e de compra de árbitros (rio-me sempre quando ainda há quem acredite que isso, na liga zon/sagres, acontece depois do apito dourado); o que temos apenas é as duas melhores equipas de Portugal – porto e braga, no less – a competirem directamente entre si pelo primeiro e segundo lugares do campeonato – que muito certamente irão, no fim, obter. Sem ajudas de fora, sem lobbies ou murros na mesa a fazer pressão na FPF uma semana antes de um derby com o Sporting, sem declarações á boca cheia onde imperam palavras como “roubalheira” ou “vergonha”, aplicadas ao árbitro e não à – pobre e miserável – prestação da equipa.

Com jogos assim, o futebol é melhor e vale a pena. E a jogar assim, o porto é campeão. Ponto.

E, para azia de muito benfiquista, sem ajudas.