quinta-feira, 23 de julho de 2009

Manifesto - O porto e a paranóia regionalista.



O Porto é uma cidade carismática. O porto (aquele pequeno) vive de complexos de inferioridade. Sabemos que o clube muitas vezes trouxe alegrias às pessoas da cidade, mas o preocupante é a promiscuidade entre política e futebol.

O PC declarou o seu apoio à candidatura da Elisa Ferreira. Ela, já se sabe, é uma fraca figura, à cata do poiso. Ele, é o padrinho que dá palmadinhas nas costas e olha e sorri condescendentemente. Ele aprova. E para uns quantos energúmenos a coisa é mesmo assim tão simples. “O nosso paizinho aprovou a menina”. E há mesmo quem se dê ao trabalho de votar na política vendida, porque o dirigente comprador/cobrador de favores disse que sim.

O que é preocupante é que se esqueça o valor da cidade, tantas vezes consumido pelo regionalismo bacoco dum clube que delira com as guerras que provoca. O porto vive de conflitos, pressões e muita gritaria. E parecem orgulhosos a cada suspeição. Não há que ter medo de dizê-lo: é a puta da mediocridade de espírito, de quem só se consegue suportar, que só encontra a sua identidade, através do sucesso do clube. Pouco importando que seja público o dedinho que a corrupção (aceite e ridiculamente punida) aqui e ali foi tendo ao longo dos últimos 20 anos.

Infelizmente, a táctica de guerrilha teve sucesso. O clube que nunca foi perseguido fez-se de vítima. Encontrou as justificações para, à lei da bala, minar alguma da honestidade que ainda vigorava nos estádios nacionais. E basta pensar no que se foi descobrindo (e sempre se soube) nos últimos anos, para perceber que honestidade e verdade desportiva são conceitos que escasseiam nas mentes de muito dirigismo nacional. No entanto, primeiro com guerras e mais tarde com apoios duvidosos, lá conseguiram os títulos que ambicionavam. E essa é uma triste lição

Quando o Sporting diz que não tem dinheiro, não é só para falar dos atletas duvidosos que os outros compram. É mesmo para relembrar que não compramos merdas, sejam elas mais ou menos desportivas. Mantemo-nos orgulhosos. Não se trata sequer da notória superioridade perante os outros grandes – que são na verdade pequenos em espírito. É também a mediocridade alheia que nos vai engrandecendo. A culpa não é nossa. Estaremos prontos para provar que somos os melhores em campo. Porque demasiadas vezes decidiram num qualquer escritório obscuro o que é que podíamos, ou não, ganhar.

Não é só de verde que se pinta a esperança. É também a dignidade.

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