Na Luz, as regras ficam à porta do estádio.

Está bem de ver que tenho de ler os regulamentos de muita coisa.

Hoje o i explica como é que o agarrado ao poder do LFV hipoteca o futuro de um clube para se manter agarrado ao poder. Que os benfiquistas não se importem, é da praxe. Afinal de contas num clube que deu casa a Vale e Azevedo e ao Vilavinho, com total amor e empatia por parte dos sócios, as coisas dificilmetne seriam diferentes.
LFV percebeu isso muito bem. Destruiu o Alverca. E meteu o bedelho no negócio Mantorras – um dia destes questionem-se no por quê de um jogador sem cartilagem no joelho, que nunca foi opção nos últimos anos, se manter sempre apesar de nenhum treinador o querer (Jesus vai naturalmente pelo mesmo caminho). Qualquer palerma com dois dedos de testa percebe como se conserva o Mantorras no benfas.

Depois da morte do Alverca, FLV, sócio dos três grandes, tinha de escolher o seu caminho. A norte ninguém o ia querer. É um cacique pateta armado em cacique-mor mas esse título fica com pinto da costa, patrono do futebol nacional. Tentar a sua sorte em Alvalade era complicado. Tem a 4ª classe, o que quer dizer que qualquer miúdo dos infantis do Sporting está mais apto do que ele – efectivamente são obrigados a estudar. Dizer que tem “a escola da vida” ou qualquer outra expressão ignorante é ignorar que existem as Novas Oportunidades onde até um anormal como LFV pode tirar a escolaridade obrigatória sem saber ler nem escrever. Em Alvalade cumprem-se regras. Há um esforço para pagar dívidas e uma honestidade e postura correcta que atravessam toda a estrutura. Verticalidade, postura, dignidade, honestidade… tudo isto são conceitos que fazem mal à cabeça de LFV.

Restava a o benfas, onde a ignorância associativa é endémica. E aí LFV encontrou o seu poiso certo. “Deu” um estádio aos adeptos, esquecendo-se das ajudas que teve dos contribuintes – já para não falar no facto de o projecto ser anterior ao bicho que o proclamou. Mas como a criatura é assim, obviamente que conserva todos os louros. E faz carreira abusando da ignorância. Hoje compete-se com desonestidade. Há vários exemplos que devemos ter em conta. Ficamo-nos por poucos, para as pessoas irem percebendo no campeonato onde vivemos.

- Benfas paga camionetas de jogadores milionários dos últimos anos com putativos lucros (de onde vem e para onde vai o dinheiro?
- Supostamente, já deveríamos ter mínimos de atletas nacionais e formados no clube em campo (claro que para os lados do seixal, os termos português e formação são palavras estranhas)
- Estou desejoso do porto – olhanense: quantos jogadores o porto emprestou à equipa do seu antigo capitão? Quantos estarão em condições e farão tudo para ganhar o jogo? Daqui a uns tempos veremos em campo a resposta a estas perguntas
- Sporting não vive acima das expectativas, aposta na formação, sendo de longe a equipa nacional que mais deu à selecção (que anormal irá negar isto?); é um caminho que trilhámos, sem frutas e DVD’s com queixinhas; mas deveríamos jogar sempre de luto, com a certeza de sermos únicos – o futebol nacional está a morrer, cedendo a ligações políticas (quem apoia o marítimo? Até que ponto o crescimento do braga nos últimos anos se deve à relação mui, mui próxima entre clube e autarquia?)

Pouco importa, não é assim? O povo gosta da coisa. A história dá-nos razão apesar de as instituições não o fazerem. Dias da Cunha era gozado quando falava no Sistema. Anos depois o Sistema desmascarou-se, exactametne como Dias da Cunha o preconizava. O porto foi ridiculamente punido. O boavista tem a paga que merece, infelizmente apenas pela incompetência financeira.

O benfas? Ainda nos havemos de fartar de rir. O Souness avisou quando saiu de lá. This man is dangerous, disse ele sobre Vale e Azevedo. Toda a gente gozou muito com ele. Anos depois, curiosamente em Inglaterra, sabemos onde Vale e Azevedo tem andado. Também veremos se há benfas depois de LFV.

Os campeonatos dos últimos anos têm sido divertidos. Este ano a febre é terrível – alastra para a restante imprensa e não apenas no ridículo “jornal” a bola. O benfas vai sofrer muito. Como sportinguista, a coisa diverte-me. Mas estou convencido de que daqui a algum tempo estaremos a discutir se o benfas deve ser salvo ou não. Eles correm para o abismo alegremente. Sem nada de português (relembro, não há regras para isto?). E sem dinheiro algum que seja a não ser hipotecando o futuro…